Ondas

janeiro 18th, 2011

ONDAS
Ondas na Praia do Litoral Norte Sergipano


As ondas são formadas pelos ventos, que no contato transferem energia para a superfície da água, ou, ainda, por interferências do leito marinho. Elas representam uma fonte importante de entrada e saída de energia na zona litorânea, sendo uma das grandes responsáveis pelas modificações da costa.
Quando chegam próximas à costa, as ondas sofrem alterações em sua geometria, modificando-se a partir do momento em que começam a sentir o fundo. Isso ocorre quando a profundidade é igual à metade do comprimento de onda e a base passa então a sofrer atrito com o fundo, fazendo com que a parte de cima se desloque mais rápido e a onda vá empinando até que finalmente arrebente, dissipando energia. É somente a partir desse momento, da quebra da onda, que ela efetivamente transporta matéria, antes disso, somente energia é transportada. É por este motivo que os surfistas só conseguem surfar a onda quando ela começa a quebrar.

onda quebrando

Quebra da onda em: http://www.guilhermeazevedo.com/naveg/naveg28.PDF

 

 

COMPONENTES DAS ONDAS:

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Componentes da onda em: http://www.aprh.pt/rgci/glossario/onda.html

 

 

As ondas apresentam como componentes:

  •  A Crista – parte superior, que se projeta além da linha da água
  •  O Vale – parte inferior à linha da água  
  •  A Base – parte contígua à linha da água

A partir desses componentes é possível mensurar as ondas de acordo com:

  • O período – tempo entre duas cristas consecutivas
  •  O comprimento – distância entre duas cristas consecutivas
  •  A altura – distância vertical entre a crista e o vale
     

As ondas fazem parte do processo de seleção e distribuição dos sedimentos nas regiões costeiras, podendo transportar sedimentos para a costa ou erodi-las. Um fenômeno comum em praias dissipativas, inclusive nas do litoral sergipano, são as correntes de retorno nos locais onde há irregularidades batimétricas do fundo ou onde a altura das ondas é menor. Essas correntes são responsáveis pelo transporte de sedimentos da praia para a região submarina.
Sabendo dessa dinâmica, é muito importante respeitar os ciclos naturais de deposição e erosão, evitando construções muito próximas à linha costeira.
 


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Ação do Mar no Litoral Sul de Sergipe, Praia do Saco

 

Muitas vezes, devido à falta de planejamento do uso e ocupação do espaço costeiro, constroem-se molhes para evitar a ação do mar nas construções urbanas, o que pode gerar aprisionamento do sedimento e, conseqüentemente, sérios problemas de desequilíbrio ambiental, com a progradação artificial em uma região e acentuada erosão, causado pelo déficit sedimentar, em outra área. Em Sergipe, esse fato pode ser observado na praia da Coroa do Meio. 

 

 CLASSIFICAÇÃO DA ARREBENTAÇÃO:

 A forma de arrebentação das ondas depende da natureza do fundo e das características das ondas. Segundo Galvin (in Hoefel, 1973), a arrebentação é caracterizada em quatro tipos:

  • progressiva ou deslizante (spilling breaker): típica de praias de baixa declividade, em que a onda “desliza”, dissipando a energia numa larga faixa do perfil praial. São caracterizadas pela espuma e turbulência na crista, produzindo uma massa de ar e água turbulenta que cai em frente da onda.
  • mergulhante ou tubular (plungin breaker): típica de praias de alta declividade, em que a onda formada é caracterizada por ser arqueada, convexa atrás e côncava na frente. A crista curva-se e mergulha com considerável força, dissipando energia numa estreita faixa do perfil praial e oferecendo um impacto muito forte a quem a recebe.
  • ascendente (surging breaker): ocorre em praias em que a declividade é tão alta que impede que as ondas se quebrem, de forma que retornam e interagem com o refluxo das ondas anteriores.
  • frontal ou colapsante (collapsing): é o tipo de mais difícil identificação. É considerado um tipo intermediário de arrebentação entre o mergulhante e o ascendente.

 

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Tipos de arrebentação em: http://www.cem.ufpr.br/praia/pagina/pagina.php?menu=ondas_tipos#

 

Na costa de Aracaju, as ondas são do tipo deslizante com duas direções predominantes:

  • Nordeste, ocorrem entre o mês de outubro e o mês de março. Corresponde à maior parte das ondas, com altura entre 0,5 e 1,4 m. 
  •  Sudeste, ocorrem entre o mês de maio e o mês de julho. São ondas maiores, geradas por tempestades distantes do litoral.
     


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Ondas na Praia do Litoral Norte Sergipano

 

 No website do INPE/CPTEC é possível visualizar a previsão de ondas (altura e direção) para a capital do estado (http://ondas.cptec.inpe.br/cidades/faces/cidade.jsp?idCid=220) e outros municípios sergipanos.

CURIOSIDADES

Ressacas ou Ondas de Tempestade
As ondas de tempestade ou ressacas são causadas pelas variações da pressão atmosférica e a atuação da tensão do vento na superfície dos oceanos. As ressacas são ondas de pequeno período, da ordem de segundos, com grande poder destrutivo, sendo geralmente acompanhadas por marés meteorológicas intensas, de períodos de dias. O distúrbio meteorológico de maior efeito para o sul do Brasil é a passagem de sistemas frontais e ciclones extratropicais, que são acompanhados de fortes tempestades vindas do Sul e Sudeste, principalmente, durante o outono e o inverno.
Ocasionalmente, pode ocorrer que ressacas e marés meteorológicas estejam combinadas com as marés de sizígia, causando assim consideráveis inundações em regiões costeiras pouco profundas. Desse modo, o nível do mar sobe e ressacas e marés meteorológicas causam destruição e inundação na zona litorânea.

Tsunamis
Existem também as ondas provocadas por abalos sísmicos ou por outros distúrbios. Um bom exemplo são as tsumanis, que podem ser formadas após perturbações abruptas que deslocam uma grande massa de água. Essas ondas podem chegar à costa com altura de até 50 metros e causar catástrofes.


Referências Bibliográficas:

CARVALHO, M. E. S. ; FONTES, A. L. . Caracterização geomorfológica da zona costeira do estado de Sergipe. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA, VI, 2006, GOIÂNIA – GO. ANAIS/RESUMOS. GOIANIA, 2006. v. 1. p. 154. Disponível em: <http://www.labogef.iesa.ufg.br/links/sinageo/index/articles/254.pdf>. Acesso em: 28 dez. 2010.

CRIVELLARO, C. V. L.; MARTINEZ NETO, R.; RACHE, R. P. Ondas que te quero mar: educação ambiental para comunidades costeiras: Mentalidade Marítima – relato de experiência. Gerenciamento Costeiro Integrado, Itajaí, SC, v. 1, p. 4 – 4, 20 jan. 2006. Disponível em: <http://www.remea.furg.br/mea/remea/congress/artigos/comunicacao03.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2010.

FILHO, A. C. P. Contribuição ao estudo da dinâmica praial. (Programa de Pós-Graduação em Geologia Ambiental), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1995.

HOEFEL, F. G. Morfodinâmica de Praias Arenosas Oceânicas – Uma Revisão Bibliográfica. Santa Catarina: Editora da Univali, 1998.

MUEHE, D, 2003. CUNHA, S. B.; GUERRA, A. T. (org). Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

REGO, E. L. A planície costeira do município de Aracaju: evolução geológico geomorfológica e degradação ambiental. Monografia. (Pós-Graduação – Latu sensu – Ecologia e Conservação de Ecossistemas Costeiros), Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2007.

SERAFIM, C. F. S. (Coord.). Geografia: ensino fundamental e ensino médio: o mar no espaço geográfico brasileiro. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2005. 304 p. (Coleção explorando o ensino , v. 8).

Sites:
http://noticias.terra.com.br/educacao/vocesabia/interna/0,,OI3272045-EI8408,00.html
http://www.guilhermeazevedo.com/naveg/naveg28.PDF
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tsunami
http://cursos.unisanta.br/oceanografia/ondas.htm
http://www.cem.ufpr.br/praia/pagina/pagina.php?menu=ondas_tipos
http://ecomar.io.usp.br/praiasarenosas_caracamb.html

 

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