Flora
dante junho 24th, 2009
Você pode estar se perguntando, que vegetação é essa que pode colonizar um ambiente de alta salinidade, pouco oxigênio no solo e inundações frequentes da maré, que é tão hostil para a maioria das plantas? O mangue é a comunidade vegetal dominante desses ambientes tão característicos. Isso é possível graças as adaptação morfologias e fisiologias das espécies vegetais.
As plantas do manguezal possuem uma forma característica, comum entre si, apesar de sua flora ser numerosa e diversa.

Cobertura vegetal no manguezal da praia 13 de Julho. (Aracaju – SE)
Para a fixação em um solo lamoso, o mangue-vermelho (Rhizophora mangle) possui raízes escoras ou rizóforos. Essas estruturas formam arcos saindo do caule principal, o que permite a sustentação da planta.

Raízes escora de Rhizophora mangle. (Manguezal do rio São Franciso)
Contudo, as plantas isoladas não resistem à força do vento, já que suas raízes não ficam muito profundas. O que mantém as plantas de pé é sua coletividade, ou seja, as plantas acabam se escorando umas nas outras, através de seus galhos e raízes.
O mangue possui estruturas em suas raízes chamadas de lenticelas, cuja função é a troca de gases. O mangue-vermelho, além dos rizóforos, possui raízes aéreas, que descem de seus galhos, para auxiliar na ventilação da planta.

Raízes aéreas. (Manguezal do rio São Francisco)
Já o mangue-amarelo (Avicenia) e o mangue-branco (Laguncularia) possuem uma formação especial. Suas raízes crescem verticalmente emergindo do solo, na ponta dessas raízes existem lenticelas para a troca de gases. Essas estruturas são conhecidas como pneumatóforos.
 
Flor de Avicenia

Laguncularia rancenosa
Para sobreviver à salinidade, o mangue vermelho (Rhizophora mangle) possui em suas raízes membranas que impedem a entrada dos sais. Outra estratégia que encontramos em Avicenia, é a eliminação do sal através de glândulas localizadas nas folhas. A reprodução do mangue também é uma forma de proteção contra o meio salino. O zigoto desenvolve-se preso a árvore mãe, esse mecanismo é conhecido como viviparidade. Além dessas características, essa vegetação possui tolerância a grandes períodos de submersão.

Mangue de botão (Conacarpus erectus)
E caso você não tenha ficado preso em raízes áreas pelo caminho, envie-nos suas dúvidas e sugestões. Para conhecer mais sobre a flora de Sergipe acesse também o site www.florasergipe.ufs.br .
Texto escrito por: Dante Luís S. Mariano
Referências Bibliográficas
ALVES, S. N. Ecofisiologia do Manguezal. Org. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Aracaju: Degrase, 2008.
LANDIM, M.; GUIMARÃES, C.P. Manguezais do Rio Sergipe. In: José do Patricínio Hora Alves. (Org.) Rio Sergipe – importância, vulnerabilidade e preservação. Aracaju: Os Editora, 2006.
LONGHURST, A.R., PAULY, D. Ecologia dos Oceanos Tropicais. São Paulo, Edusp, p. 40 – 43. 2007.
MASTALLER, M. Resumo da literatura sobre conceitos do uso de áreas de mangue, com referência especial para a aqüicultura artesanal. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), S/D.
TOMLINSON, P.B. The botany of mangroves. Cambrigde University Press, New York, NY, USA, 1986)
Explicação boa, mas seria interessante que fosse complementada com uma explicação mais clara do porquê, acompanhado de fotos, das várias nomenclaturas: mangue-branco, mangue-vermelho e mangue-preto e mangue botão (este é meio óbvio, mas, os outros…).
Obrigada,
Ana Carolina